Tudo é mesmo provisório é aquilo que andamos a fazer. Nem menos. É o que fazemos enquanto não fazemos o que faremos pois já adquirimos a sabedoria que o temporário pode ser eterno. E isso não é pouco. Sabendo, e orgulhosos disso, que andamos um passo a frente de um desgaste universal -a procura da permanência, ou pelo menos a inscrição em algo- construimos. Este é o primeiro equivoco. Isto é um território de construção quotidiana em espaços e processos avulsos. Surge no prolongamento de anteriores lugares auto-didactas que se diluíram quando não tinham mais nada para aprender. O mais singular e acabado foi uma ruína que cresceu durante uma década à espera de sair da nossa casa à monte. Todos são espaços que se pesquisam, não para saber o que são mas para definir aquilo que vão estar. É naquilo que já foi feito que reside o que o ainda não foi. Desconstruimos o que é para identificar as nossas fraquezas, aquilo que não conseguimos impor-lhes. E é perante isso que nos inclinemos. Fazemos o que não sabemos. É neste desentendimento que quem está de fora se cruza com o que está dentro. E bem pode entender. Assim só resta que digam o que somos.